26/11/2014

Não entendia minha insistência

Meus olhos almejam o chão,
E a tristeza, meu coração,
Se faz tudo tão estranho, sombrio,
Se faz tudo tão castanho, tão frio.

Minha alma congela e pega fogo,
Alternando entre realidade e jogo,
Submissão é o lema da memória,
Final triste é o enredo da história.

Gotas de água salgada,
Escorrem pelo rosto, desapercebidas,
Não significam nada,
Entretanto não foram inibidas.

O sol não anima o corpo deitado,
Ninguém pode amar sem ser amado,
Ou pode... é injustiça tamanha,
Tão estranhamente estranha.

Fui pra um canto,
Ciente do encanto,
Pensei no entanto,
Que não era pra tanto.

Mas era, inegavelmente,
Tomou conta do que restava de mim,
Coração... mente?
Se sim... é assim?

Se for, funcionou,
Veja como estou,
Em pedaços, meros cacos,
Você atingiu todos meus pontos fracos.

Pensei que você era a perfeição,
Mas sair sem chão não estava nos meus planos,
Você era a vida na imensidão,
Você era o dia dos anos.

Olhe pra mim!
Escute-me esta vez só:
Por que adiantar o maldito fim,
Se no final tudo será pó?

Só temos essa vida,
E agora, nada posso fazer,
Mas fiz o que podia, querida,
No final, só me restou escrever.

Era belo, agora é dor,
O ódio procedeu o amor,
Eu era tão ruim assim, que os dias em minha companhia eram um fardo?
Por que não me acerta logo com um envenenado dardo?

Por que você não me atira da ponte,
Do alto de um monte?
Garanto que não será pior do que já foi feito,
Por que você foi desse jeito?

Talvez todos percebam o quanto sou idiota,
Em pensar, repensar, em alguém que nem me nota,
Mas não faz diferença pra você, certo?
Tanto faz eu estar longe ou perto.

Se aquele abraço não me fizesse falta,
Com certeza te odiaria.
Menina bonita alta,
Quem me dera abraçá-la outro dia...
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Talvez o maior poema, eu acho. Mas com certeza o maior sentimento. 
26/11/2013.

22/11/2014

A graça da poesia

Qual seria a beleza do mundo
Se um "eu te amo"
Fosse rotineiro, moribundo?
A vida não teria graça
Sem a poesia,
Palavras surgiriam na raça,
Mera monotonia.
Todavia, sorte tenho
Em tentar rimar,
Juntar sílabas em constelações,
Declarar todas as emoções
De quem ainda ousa sonhar.
Pois é com cada linha
Que tiro o peso
De não querer ser só minha,
De fingir que esqueço.