25/04/2015

Momentos que vão

A canção só dorme no peito,
De ser imperfeito,
Que anseia o silêncio.
Momentos que vão,
Que se tornam onda,
Silenciam a canção,
Matam o que ronda.

A felicidade sai sem sombra,
E no jarro que tomba,
Apenas cai amargura.
E como pomba,
Sem asa, moribunda,
Que ao cair em tontura,
Absorvendo censura,
É sombra profunda.

Sua amiga, a dor,
Silencia o amor,
Eles são imperfeitos, inversos,
A canção, os momentos,
A pomba sem ventos,
É pseudônimo dos versos.

20/04/2015

F

No princípio, silêncio
Só se ouvia coração
Mas com o tempo o riso veio
E fez da 18 proteção


E dentro dela
Cada ideia criou novos laços
Aos poucos demos outros passos
Dentro do que agora é rotina


Essa nova realidade
De gente, que como eu,
Tem pouca idade
Fez das horas mais belas


E nesse tic-tac, percebi
Que o meu "eu"
Agora
É "F-eu".

09/04/2015

Capitalismo

   Eu amo conhecer pessoas que usam a arte para expressar suas ideias. Já me surpreendi muito com isso em 2015.  Essa gente talentosa merece ser lida, justamente por isso, apresento a vocês um colega meu que acabei de conhecer o trabalho, mas que já considero "pacas". Segue a rima:

Capitalismo

A vida é uma ciência exata.
Pena que eu não enxergo com exatidão
Muitas mentes céticas me contaminam com essa visão
De falso poder, luxúria ou ostentação
Nunca se perceberam, vivência em mera ilusão
Pensando sempre no poder e o ter, se sacrificam, e continuam a crer
Mas só haverá mesmo entendimento depois do perecer
Busca eterna da verdade, na base da pseudo-realidade?
Seria loucura saber que é impossível nos olhos da humanidade.



                                               - Lucas Ferrari ( aka Shaolin )

06/04/2015

Culpa

Por favor, me desculpe
Pelas horas perdidas,
Por todos os olhares e versos
Que fiz sem ao menos ser tua amiga.

Perdão pelo desejo,
Pela curiosidade insistente
Em querer conhecer teu ser,
Em se fazer presente.

Desculpe o incômodo 
E todas as vezes que pedi desculpas,
Inclusive essa de agora
Que coloco em poesia

Essa poesia que, como eu,
Não é destemida o bastante
E pede perdão 
Muitas vezes sem razão.

02/04/2015

A ilusão é agridoce

-LUCAS, ENTRA NO CHAT AGORA!
-O QUE ACONTECEU?
-Nuns cinco minutos de inspiração fiz um texto, tem como adaptar pra um poema?
-Tem sim...

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Agridoce, ambígua ilusão, 
Proporciona seu teatro, conto de fada, princesa com ambição, 
Até que estoure a bolha de sabão, 
Vem à ruína o mundo de fachada.

Você observa as coisas lá fora, 
Anseia sair, explorar cada pedaço do mundo, 
Seu coração dói, quase chora, 
Mas você quer caminhar, até se cansar.

Nos seus devaneios, corre até de manhã, 
Dos melhores lugares, faz uma lista, 
Conhece Paris, Bangladesh, Amsterdã, 
E no final do dia volta à Paulista.

Prova uma nova comida, 
Aquela sensação forte, como se houvesse suspirado, 
Como se vivesse outra vida, 
Mas com o mesmo sorriso envergonhado.

Vê a água tocar os pés, a brisa tocar o rosto, 
Os cartões postais, milhões de selos, 
Escolhe as pedrinhas, a areia não faz mais seu gosto, 
Deixa o vento dançar pelos seus longos cabelos.

“Peguei as nuvens com meus dedos, 
Acariciei uma estrela, a noite foi inofensiva, 
Dormi leve, me esqueci dos meus medos, 
Quis tudo isso, e me senti viva”.
  
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-E ai, o que achou, Jasmin?
-Digno do seu blog.

Poema inspirado e formatado por Julia Tres.