29/12/2014

Ciclo vicioso

Faço da arte
Doença,
Febre que atormenta
Nas noites mais escuras.
É meu silêncio escandaloso,
Meu vento manhoso
Que faz nós na cabeça
Dela que ainda pensa
No que poderia ser

Ah, este ciclo vicioso
Me leva a pensar
Que a culpa foi minha
De deixá-la habitar
Onde nunca foi verão,
Onde o tempo passou,
Onde vive a solidão de alguém que muito amou.

26/11/2014

Não entendia minha insistência

Meus olhos almejam o chão,
E a tristeza, meu coração,
Se faz tudo tão estranho, sombrio,
Se faz tudo tão castanho, tão frio.

Minha alma congela e pega fogo,
Alternando entre realidade e jogo,
Submissão é o lema da memória,
Final triste é o enredo da história.

Gotas de água salgada,
Escorrem pelo rosto, desapercebidas,
Não significam nada,
Entretanto não foram inibidas.

O sol não anima o corpo deitado,
Ninguém pode amar sem ser amado,
Ou pode... é injustiça tamanha,
Tão estranhamente estranha.

Fui pra um canto,
Ciente do encanto,
Pensei no entanto,
Que não era pra tanto.

Mas era, inegavelmente,
Tomou conta do que restava de mim,
Coração... mente?
Se sim... é assim?

Se for, funcionou,
Veja como estou,
Em pedaços, meros cacos,
Você atingiu todos meus pontos fracos.

Pensei que você era a perfeição,
Mas sair sem chão não estava nos meus planos,
Você era a vida na imensidão,
Você era o dia dos anos.

Olhe pra mim!
Escute-me esta vez só:
Por que adiantar o maldito fim,
Se no final tudo será pó?

Só temos essa vida,
E agora, nada posso fazer,
Mas fiz o que podia, querida,
No final, só me restou escrever.

Era belo, agora é dor,
O ódio procedeu o amor,
Eu era tão ruim assim, que os dias em minha companhia eram um fardo?
Por que não me acerta logo com um envenenado dardo?

Por que você não me atira da ponte,
Do alto de um monte?
Garanto que não será pior do que já foi feito,
Por que você foi desse jeito?

Talvez todos percebam o quanto sou idiota,
Em pensar, repensar, em alguém que nem me nota,
Mas não faz diferença pra você, certo?
Tanto faz eu estar longe ou perto.

Se aquele abraço não me fizesse falta,
Com certeza te odiaria.
Menina bonita alta,
Quem me dera abraçá-la outro dia...
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Talvez o maior poema, eu acho. Mas com certeza o maior sentimento. 
26/11/2013.

22/11/2014

A graça da poesia

Qual seria a beleza do mundo
Se um "eu te amo"
Fosse rotineiro, moribundo?
A vida não teria graça
Sem a poesia,
Palavras surgiriam na raça,
Mera monotonia.
Todavia, sorte tenho
Em tentar rimar,
Juntar sílabas em constelações,
Declarar todas as emoções
De quem ainda ousa sonhar.
Pois é com cada linha
Que tiro o peso
De não querer ser só minha,
De fingir que esqueço.

29/09/2014

102

Você corre tanto,
Enquanto no entanto,
Seu amor não lhe pertence.
Toda cor do encanto,
No canto do pranto,
A tristeza lhe vence.

Você tenta tão bem,
Com desculpas, mais de cem,
Se convencer.
Mas não pode ir além,
Pensar menos em alguém,
Sem se arrepender.

Você dorme tão mal,
Julga ser especial,
Mas não é pros dois.
Talvez o menos igual,
Mais legal,
Descartável depois.

Afirma tão convincente,
Que ela também é gente,
E ainda faz seu coração bater.
Mas sabe que ser insistente,
É quase que indecente,
Após de tudo saber.

Você sabia desde o início,
Que seria maior que um vício,
Quando ela suspira.
E por mais que o ofício,
Seja só um resquício,
Ela é o ar que respira.

Pensou por um momento,
Que tão grandioso sentimento,
Já fosse o suficiente.
Mas a cada intento,
O tempo passa lento,
Dentro da sua mente.

Você achou que não haveria fim?
Nada dependia do sim,
Que ela selou com um adeus.
Por que não convence a você e a mim,
Que mesmo sendo assim,
Não a quer nos braços seus?

24/09/2014

Escassos momentos

Escassos momentos,
Vivendo e pensando,
Semeando sentimentos,
Apenas sonhando,
Contigo, sem ti,
Hora após hora,
Insisto que aqui,
A passar não demora.

Te ver, rever,
Falar, ouvir,
Não sei, saber,
Acordar, dormir.
Onde a lógica some,
Lembre-se do meu nome,
Se esqueça um segundo,
Onde é seu mundo.
Não deixe que eles,
Levem tua rebeldia,
Que não sejam aqueles,
Que estragam teu dia.

Esse é o problema,
Cria o dilema,
Homônimo, sinônimo,
Apelido monofônico,
Sai de tal solução,
Banhado de produto,
Inundando o coração,
Dissolvendo o soluto.

22/09/2014

Mais uma vez, Primavera

Passaram-se as estações
E toda a loucura
De pensar em estar contigo
Passou, eu tive cura
E tornou-se insanidade
Pensar no passado
Não muito distante
Naquele ideal de fazer parte
De viver e amar-te
E a cada Primavera,
A cada novo começo
Relutante, eu direi
Que não faz falta,
Esqueço.

08/09/2014

Poetisa

E da poesia
Tirava tua magia
Era dela que se sustentava
Não por dinheiro
Mas apenas por prazer
De dizer em palavras rimadas
O amor que queria ter.

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I'm Back, folks :)

06/07/2014

Desilusão ele vende

Ele andava novamente,
Sem nada na sua mente,
Apenas o rosto dela sorrindo de novo pra ele,
Ele até queria esquecer mas não conseguia.
Ia olhando pássaros bonitos, mas não daquilo não gostava,
Só queria algo bem simples, algo que realmente amava.
Mas não sei bem porquê,
Só acho que era você,
E só acho.

Em sua caminhada,
Evitou vê-la no nada,
Como acontece naqueles filmes meio antigos,
Mas sem o mesmo bonito e clichê final feliz,
Tentando explicar um pouco, mas não conseguiu se entender,
Talvez se tentasse depois, pudesse até compreender,
Ele sabe porque não entende,
E outra desilusão ele vende.

Estava distante e não queria,
Estar assim durante o dia,
Estava certo e bem que devia.
Sentou-se num canto,
Sozinho entanto,
Feliz.

Ontem ele saiu de cena,
Indo sonhar com a menina pequena,
Talvez juntos,
Discutindo novos assuntos.
E o que parecia ser, não era simples assim,
E o que se tornou era bem mais simples pra mim,
De novo, entrou em seu coração,
Mas ele não queria que todos vissem isso.

Não diga nada, pois ele não está só parado,
Continuando meio calado,
Conclusivamente, ele só queria ser mais amado,
Não fingia o pranto
Fingindo entanto, estar,
Feliz.

Logo ali onde mais gostava,
Foi atingido pela estaca, em vão,
Sem amor, sem compaixão,
Onde esteve seu coração?

05/07/2014

Não possa deixar de sonhar

Amanhã serei mais cuidadoso,
Com o perigo que hoje não é perigoso,
Mas hoje serei descuidado.

Amanhã serei mais cauteloso,
Tentando tornar-me menos teimoso,
Mas hoje serei apressado.

Amanhã serei mais sério,
Separando a escória do que é minério,
Mas hoje serei brincalhão.

Amanhã terei mais critério,
Sendo mais rigoroso com o mistério,
Mas hoje darei meu coração.

Vou ser o deveria,
Segundo os olhos de quem me vê,
Serei quem sou no dia,
Serei quem sou com você,
Vou voltar se não estiveres no meu caminho,
Porque o amanhã pode nem chegar,
E talvez eu esteja sozinho,
Quando o sol voltar,
E se voltar contigo, que se conclua a melodia,
Sendo o que deveria,
Essa época de frio nas janelas,
Que se abrem e deixam o vento passar,
Esse tempo em que eles e elas,
Apenas olham pro mar,
Esse tempo de atitudes pequenas,
E gestos pequenos que se fazem bonitos,
Tempo bonito apenas,
Mas tempo que não é infinito.

Hoje serei apenas eu,
Vou prometer o que você nunca prometeu,
Estar aqui amanhã.

Hoje serei aquele menino escondido,
Que não passa de arrependido,
Nesta história vã.

Hoje serei a antítese da saudade,
Sendo que em qualquer idade,
Vou me lembrar.

Hoje serei mais que realidade,
Que não possa na verdade,
Deixar de sonhar.

03/07/2014

No pretérito

Nos tempos de ouro
Quando o dia se estendia até as madrugadas
Quando com inocência acreditava em cada palavra
E disso você ria
Para todos eu dizia estar encantada

Me perdoe, ó Mundo, por não ser suficiente
Por ter mudado
Por tentar seguir em frente

De todos os erros
Foste o que mais gostei
O que mais sonhei

E se pensas que não vejo teu orgulho ferido
Saibas que não me importo,
Ainda és meu amigo

E se para tudo há remédio
Sare esta ferida
Me transforme em arte
Faça com que eu seja parte
Parte de você

No pretérito era alegria,
Conversa e companhia
No presente é saudade,
Relutante e imutável

02/07/2014

Queda livre

Rapidamente,
Cai nos teus encantos
Cai no teu jeito
De dizer "tanto faz"
Cai na poesia
Cai na alegria
Alegria de pensar em querer
Querer estar com você
E foi caindo nessa utopia
Que a realidade a mim voltou
Não c
          a
            i 
              o mais nesta,
                 Nesta falsa história de amor

19/06/2014

Assemelha-te ao que eras

Ah, que lindo romance,
Fora do seu alcance,
Não teve chance,
Nem de relance,
Menina que correu de seus olhos alarmados,
Menino que cedeu aos encantos desencantados,
Ninguém presta atenção,
Mas nos prendemos a um detalhe,
Na lógica cria um vão,
Fazendo com que a razão falhe.
À luz do sono os poemas ganham vida,
À luz dos sentimentos eles ganham fermento,
De tempos em tempos as palavras são esquecidas,
Levadas pelo impetuoso e impiedoso vento.

Na época em que tal pessoa,
Apreciava meu viver no papel,
Tudo soava e ainda soa,
Como na minha boca o mel,
Estranha sua ausência,
Incomum sua presença,
Um paradoxo sua carência,
Minha memória, minha doença.
Razões incomuns tão evidentes,
Conselhos errados tão decentes,
Fizeram-me duvidar se tudo é sonho,
Na qual a imaginação ponho,
E a mulher que ainda vejo,
Não vive romance,
Talvez um sutil desejo,
Que na alma lhe dance.

E sorte minha seria,
Vê-la nos meus braços,
E abraços e laços teria,
Ocupando todo meu espaço.
Quanto mais desejo menos realidade,
Isso é inversamente proporcional,
Quanto mais loucura menos sanidade,
Já é um pleonasmo bem igual.
O hoje é espelho,
Que reflete apenas o joelho,
Do corpo, da mente, da ligação,
O hoje é espelho,
Espelho do passado então,
Passado mal vivido e nostálgico,
Presente tranquilo trágico.

Voltar atrás não é opção,
Pra quem diz ser livre e tem livre coração,
Assemelha-te ao passado, por favor,
Presente, seja novamente meu amor,
Assemelha-te ao que eras,
Doces palavras e atitudes sinceras,
E futuro, se reserve o direito de permanecer calado,
Como sempre se mostrou,
Mas também seja como o passado,
Forjando quem hoje sou.

13/06/2014

Só mais um daqueles poemas

Esse é só mais um poema
Daqueles que você diz gostar
Meras palavras rimadas
Sobre quem já disse amar

Essa tua instabilidade
Do que sente e pensa
Faz de mim tua vaidade
Medíocre poeta de egos

Não era para ser assim
Não era para a vitória ser minha
Ganhei aquilo que não queria
Passei a viver o que temia

Exagero? Talvez.
Mas sempre foi assim
Eu e você
Eu e o medo do fim

Medo de ser insuficiente
De ficar carente
De te perder na minha mente

Ah, se você voltasse
E o tempo contigo
Recuperaria inspiração
E meu melhor amigo.

28/05/2014

O fim é o início?

E por quê?
Você...
Como se fosse,
Seu jeito doce,
Que me trouxe,
Esse vento...
Foi frio no momento,
Que no entanto,
Gerou um manto,
Aqueceu,
Que preencheu,
De longe se lê,
Nos sonhos se vê,
Era você.

Se não trouxera,
Bem sincera,
O que espera:
A mentira.
E o que vira,
Fosse mar...
Mar falso,
Ilusionar...
Ando descalço,
No encalço,
Do amor,
Da cor,
Da dor,
Da flor...
De ti,
Que vi,
Ali,
E logo senti,
Que não era igual,
Era especial,
Legal.

Você está aonde?
Se esconde?
Amor, paixão,
Estenda sua mão,
Veja a reação,
No toque.
Foque,
Os olhos nos meus,
Mas tristes estão seus...
Olhos.
Me molho,
Na chuva,
De luva.
Paulista,
Bem-vista,
Com cara sulista,
Insista,
Naquilo que te fez bem,
Que me fez também...
Te fez, não fez?
Ou não foi dessa vez?
Rabiscou minha mente,
De forma indecente,
Incandescente,
Fluorescente,
Deixou meu mundo.
E desespero profundo,
Naquele segundo,
Do triste adeus,
Tristes olhos meus.
Mulher,
Que quer,
O contrário de mim,
Logo pôs fim,
Na paixão,
Na felicidade,
E na minha mão,
A realidade.
E quem era a pessoa?
Que a vida fez boa,
Quem meu desejo queria,
Bem naquele dia?

Era você,
Nos sonhos se vê,
De longe se lê,
Que preencheu,
Aqueceu,
Gerou um manto,
Que no entanto,
Foi frio no momento,
Esse vento...
Que me trouxe,
Seu jeito doce,
Como se fosse,
Você...
E porquê?

20/05/2014

Implícito pela licença poética


Um Universo,
Inverso,
Que sai do meu verso
Cheio de ufania
Que já foi aflição

Um paralelo do que sentia
Nos versos de uma canção
Três mil hipérboles
Para descrever "alegria"

Conotações sobre personalidade,
Amizade, qualquer outra
Insanidade
Outro poema de amor

Implícito pela licença poética
De transcrever meu coração
Em mísera poesia
Heresia à tua companhia

13/05/2014

Mágoas

Eu sabia que ia estar escuro lá fora,
Afinal, vai estar porque você foi embora,
As rimas se repetem, as paisagens se tornam alegoria às suas qualidades,
As rimas se escurecem, a tristeza se torna uma alegoria à saudade.

Familiarizado com essa cena:
‘’Te ver longe da minha visão’’,
Alma muito pequena,
Para tanta solidão.

E que meu coração reclame,
De ideia tão infame,
‘’Pense menos, ande pra frente,
Mas num mar de mágoas não adentre’’.

Quem me dera,
Pra esquecer, simplesmente apertar um botão,
Mas nada sincera,
Seria minha reação.

‘’Porque pior do que sentir dor,
É não sentir nada’’,
Ah, rápido, inflamável e impetuoso amor,
Que minha consciência deixou acabada.

07/05/2014

O meu lado Magali..

Suas cores,
Tão sedutoras
Suas curvas,
Arrebatadoras

Leva qualquer um à loucura,
Ao frenesi.
Chega a descontruir lares
Rouba toda atenção para si.

Em qualquer hora do dia
Todos desejam sua companhia
Querem seu calor e textura,
Um misto de prazer e harmonia

Ó lasanha,
Massa favorita,
Não venha só no Domingo
Você faz minha vida bonita.

27/04/2014

Por que me deu o sim pra me dar o não?

Das mil probabilidades,
Das infinitas possibilidades,
A mais improvável,
A mais impensável,
A melhor,
A pior,
Aquela que traria felicidade,
Aquela que traria saudade,
A tristeza,
A princesa,
Aquela que eu não sei bem o porquê,
Foi aquela que me levou a você.

Relutante em aceitar a peça pregada pela vida,
Fui obrigado a me esconder atrás dos versos,
Relutância apenas movida,
Pelo medo do amor imerso.

Dormi pensando em você um dia,
Coisa normal,
Coisa anormal,
Mas bem que eu queria,
Que o sonho fosse uma ilusão real.
Para nunca mais ter que voltar,
E a minha própria realidade modelar,
Sem motivos, sem erros, sem despedidas,
E com massinha nos dedos modelar a vida.

Seria o amor o resumo da perfeição,
Ou o resumo da eternidade?
Pois nunca é eterno, e sim uma fração,
Pequena fração de felicidade.
Felicidade que resumiu a alegria,
Quando eu sonhei aquele dia,
Poderia ser real, não poderia?
Por que não podemos controlar pelo menos nossa sina?
Por que eu não pude escolher entre conhecer ou não a menina?
Foram apresentados diversos nãos para mim,
Mas com que fim?
Preservar a fração da minha felicidade,
O resumo da minha alegria?
Ou restabelecer no ego a veracidade,
Que você é o que não foi aquele dia?

Inúteis desculpas, inúteis sentimentos,
Inúteis palavras, inúteis momentos,
Inúteis rimas, inúteis visitas,
Sinceridade inútil, esquecida menina bonita.
Promessas arrancadas do mar de mágoas passadas,
Trouxeram mais mentiras para recuperar felicidade alheia,
Ajudas fracassadas,
Julgando o que a rodeia.

Poderia ser mais fácil se tudo seguisse seu sentido natural,
Horas no telefone, um poema especial,
Um amigo pra todas as horas, essa promessa igual.
Por quê? Diga-me então!
Por que me deu o sim pra me dar o não?

24/04/2014

Pensamento em crise

Jamais serei capaz
De entender
Porque insisto nessa ideia
Do "eu e você"

Dia e noite
Noite e dia
Tudo o que quero
É a sua companhia

O sentimento é abstrato
Sem uma única definição,
Mas sempre tento explicar
Usando conotação

Já virou necessidade
Estar com você
É algo imutável
Fácil de ver

Uma análise natural
Do meu pensamento em crise
Nada convencional
Nada que reprise

18/04/2014

Olhe pras estrelas

Olhe pras estrelas,
Consegue vê-las?
Tão lindas quanto a repetição dos versos,
E mais escondidas que seus refúgios,
Tentar parar de olhar... acho que não dará muito certo,
E se esconder-se novamente, certifique-se de estar mais perto,
De mim.

Então dormi mais cedo,
Não tive mais medo,
Do que poderia ou não acontecer comigo,
Reflexões sem sentido numa noite estrelada,
Tentar parar de pensar, não acho que seja algo interno,
E quando me escondi novamente, parecia mais o inferno,
Em mim.

Não da pra ganhar,
Não dá pra pensar,
Não dá pra sonhar, tão imerso,
Neste branco verso.

E olhando pro chão,
Vi que tudo foi em vão,
Porque as estrelas só se movem quando querem,
Porque nossos pensamentos são abstratos apenas,
A imensidão não preencheu, mas bem que tentou,
E mesmo o futuro sendo seu, um vazio se formou,
Em mim.

13/04/2014

Herói


Não quero ser
Outro qualquer
Quero fazer História
Viver para lutar
Destinar o meu tempo às batalhas
 Não cometer falhas
Sair em busca de uma aventura
 Caçar minha comida
Salvar alguma vida
 Lutar, lutar e lutar
Sem nunca falhar
Tudo que preciso:
 Espada, escudo
E juízo
Talvez alguma companhia
 Viajarei todos os dias
 Em busca de minha chance
De morrer como herói.
 

09/04/2014

Deve acabar?

Em todo instante consigo me lembrar,
Talvez me impedindo de dormir,
Você, mais tranquila que um tranquilo mar,
Calmamente se propondo a sorrir.

E quando me lembro daquele olhar,
Me dá arrepios por de novo sentir,
Seus olhos, seu jeito, seu dialogar,
Uma leve tristeza venho a exprimir.

Sinto saudades do que era abraçar,
E no mar da paixão deixar-se cair,
Com nada importante pra se preocupar,
Apenas contigo mais vezes sair.

Triste foi o momento de se separar,
E ao longe, inquieto, ver você ir,
Por ter um começo, tem de acabar?
Por terdes chegado, tens de partir?

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Ah, a saudade. Sentimento inspirador... porém um tanto quanto melancólico.

03/04/2014

Atitude temerária

Conflito entre sentimento e razão,
Porque precisa ser assim?
Ah, pequeno coração
Tire-o de mim.

É difícil,
Ele já virou um vício
Mas não sei se é amor
Ou mísera utopia

Qualquer atitude seria temerária,
Poderia levar ao fim não somente o futuro
Mas passado e presente,
Tudo o que sonhei pra gente.

As cartas secretas de amor
Perderiam seu valor,
E ferida aberta
Ganharia no peito.

A saudade consumiria
Toda e qualquer energia
E então ficaria só
Sem vislumbre de tua presença

30/03/2014

Esperança sendo devaneio ateu

Sua voz, minha calmaria,
Seu jeito, o sol no dia,
Mas quando você se foi meu pensamento fez curvas,
Deixando irreparáveis imagens mais turvas.

Se o pranto, no entanto vier como um canto,
O espanto que tanto parecerá ao encanto,
Satisfará a sombra mergulhada ao nanquim,
Sendo terrível, terrível à mim.

Pertencem a ti a beleza e a tristeza,
Tenha certeza, nobre princesa,
Pois contigo a felicidade era incontável como os grãos de areia,
Mas sem ti, o que era belo se tornava a coisa mais feia.

Esquecer seus olhos vidrados nos meus,
Fazer das esperanças, devaneios ateus,
Sem outro propósito, a vida simplesmente se destina,
A esquecer a voz, o jeito e a beleza daquela menina.

25/03/2014

Primavera


A esperada primavera

Me acolheu com suas cores

Tudo que precisava

Levou embora as dores.

A muito estava triste,

Mas algumas coisas mudaram

E minha alma

Alegraram.

Mas não quero parar por aqui

Mudanças,

Mexem com as esperanças

O que pode acontecer?

Sem muito o que temer,

Vou seguindo em frente,

Que os momentos especiais venham

E fiquem em mente.

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Aquele sobre a primavera ;) (mesmo estando no Outono)

14/03/2014

Poesias ou traduções?

Ah, 14 de março, Dia Nacional da Poesia... nada melhor do que falar dos sentimentos escritos muitas vezes, por grandes poetas. Novos ou antigos, jovens ou velhos, felizes ou tristes, todos tentaram traduzir um pedacinho da nossa alma, aquele pedacinho que poucos enxergam. Suas poesias se comportavam como o reflexo do amor, da alegria e das coisas cotidianas. As palavras lá escritas soam como nosso próprio interior, falando com quem as lê. Em minha humilde opinião, como apreciador dessa arte, poesias não são apenas frases, rimas, versos e estrofes, são o próprio sentimento transcrito em letras. Afinal, ''poesia'' rima tanto com ''alegria'' quanto com ''melancolia''.

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Enquanto a professora explicava o romantismo,
Eu não estava atento,
No romance, um amor, o misticismo,
De explicar um nobre sentimento.

E poetas conseguiram fazer,
O que fazemos geração após geração?
Conseguiram compreender,
Os segredos do coração?

Mas com palavras profundas descreveram,
Na alma o mais forte suspiro,
Mais e mais o engrandeceram,
E nisso me inspiro.

Os poetas,
O que sentiam em sua alma?
Almas bem inquietas,
Ou calejadas por um trauma...

Muitos felizes, muitos sombrios,
Muitos estranhos, causando arrepios.
Muitos alegres, cheios de cor,
Muitos tristes, sofrendo de amor.

E tal chama, mais forte que sol ardente,
Ardendo tão intensamente,
Fez dos poetas hábeis tradutores,
Tentando traduzir todos seus amores.

12/03/2014

Fora de alcance


Você me diz que eu não tenho jeito
E eu levo na gargalhada
Diz que não há tempo,
Mas quero ser sua amada.

E por mais longe que esteja,
Sonho acordada
Não há o que fazer,
Estou encantada.

Queria entrar na sua mente
Saber o que pensa de mim
Entender tudo o que sente
Arriscar sem medo, enfim.

Será que daria certo?
Eu teria minha chance?
Ou ficaria triste,
Fora de seu alcance?

10/03/2014

Infinito e bonito

Amor infinito,
Bem mais que bonito,
Se fosse só meu...

A paixão eu irrito,
E parece um mito,
No coração teu...

Os olhos eu fito,
No que foi escrito,
A punho meu...

Continuando bonito,
O que há tempos eu cito:
Meu amor é só seu.

08/03/2014

Sem título #1


O Lucas deve estar uma fera com a minha demora, hahah

-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-

O que sinto por você
Não é efêmero
É complexo
Muitas vezes sem nexo
Um vício
Uma ilusão
Afeta diretamente minha vida
Muda a composição
E por mais que procure
Não há quem assegure
Toda essa emoção
Toda essa razão
Como você

04/03/2014

As gotas fazem poças

Em dias chuvosos,
Pensamentos generosos, 
Vem à mim a todo momento, 
Descartando o esquecimento.

Trovões me assustam, 
Como a paixão no seu começo, 
No coração as batidas pulsam, 
E dizem: ''Eu mereço, eu mereço''.

As gotas fazem poças, 
As nuvens se tornam escuras, 
Elas me lembram moças, 
Que antes eram inseguras.

A claridade assustadora, 
De um relâmpago qualquer, 
É igual à paixão enlouquecedora, 
De uma bela mulher.

Rápida e gerando muito som, 
Ilumina o que está ao redor, 
E o que não era justo e bom, 
Era o pior do pior.

Uma dose de moral com ética, 
Mistura meio patética, 
Pra quem já queria se afundar e se perder, 
Cansado de sair pra se esconder.

E nos dias de chuva, 
O tempo é como meu interior, 
Às vezes uso luva, 
Às vezes blindo meu amor.

Desejando ser inconsequente, 
Mas só colhendo problemas, 
A imagem decrescente, 
Se reflete nos poemas.

As respirações lentas, 
Ao ver a chuva passar, 
Com as memórias violentas, 
Deixando o vento as levar.

Voltando pra minha janela pequena, 
Com o vidro embaçado, 
Aquela sensação que me envenena, 
É como estar atrasado.

Com a garoa leve, 
Desejando neve, 
Torcendo pra vê-la cair, 
Nesse devaneio vim a sorrir.

Lembrei da voz e do seu olhar, 
Fechei os olhos de repente, 
Não sei se queria rir ou chorar, 
Mas só queria vê-la novamente.

----------------------------------
Aquele típico poema que se faz em um dia de chuva...

02/03/2014

Quem é você?

Quem é você?
Que me atormenta com suas poucas palavras,
Que me deixa frágil,
Transforma em delicada porcelana.

Quem é você?
Que está presente,
Mas distante
Que não sai da minha mente

Cai nos seus encantos
Sem escolher
E toda minha luta foi inútil.
Você venceu sem perceber.

Me diga como faz isso!
Como consegue?
Se ao menos prestasse atenção,
Saberia que não é em vão.

Quem é você que não enxerga
Suas melhores qualidades,
Que faz mistério sobre si mesmo,
Quem é você?

27/02/2014

Grande verdade

Sinceramente eu gostaria de escrever,
O que realmente sinto,
Mas isso não posso fazer,
E se o faço, minto.

Porque é tão bom, tão diferente,
Tão estranho em minha mente,
Tão forte, tão persuasivo,
Tão puro, tão vivo.

Já percebeu que não somos completos?
Nos enganamos, e ficamos inquietos...
Já percebeu a grande verdade?
Sim, somos apenas uma metade.

Ah, como me sinto bem contigo,
E agora, não sou apenas um amigo,
Quanto mais a tenho, mais a quero ter,
Quanto mais a vejo, menos a posso ver.

Isso não é justo, isso não está correto,
Encontrá-la livremente é o certo,
E para isso, há um critério:
Ter algo sério.

Eu não tenho nada contra, sou até a favor,
Pra que quero esconder o que chamam de amor?
No fundo, eu quero é com ela estar,
No fundo, eu quero é com ela namorar.

Falo com quem for,
Pinto o céu de outra cor,
Dela faço a minha rainha,
Faço tudo, pra que seja só minha.

E as memórias boas me surgem a cada segundo,
Com você, sou a pessoa mais feliz do mundo.
E eu tenho que dizer algo que me inquieta:
Eu acho que você me completa.

26/02/2014

Talvez

Talvez eu volte
Te encontre de novo
Converse contigo
O dia todo

Talvez dancemos
Eu e você
Aquela nossa canção
Te daria toda a atenção

Talvez eu chegue tarde
Ou cedo pro café
Só quero que esteja lá
Num horário qualquer

Talvez você receba
Uma carta, duas ou três
Dizendo o quanto te amo
Todo mês

Talvez nada disso aconteça
Talvez eu fique aqui
Talvez eu esqueça
De quando te vi

-o-o-o-o-o-o-

Esse é um dos meus 'queridinhos' ;)

23/02/2014

Únicas Palavras

Se minhas únicas palavras dirigidas,
Devessem ser bem escolhidas,
Pois não tinha tempo nem atenção,
E das coisas perdia a noção.

Então essas palavras escolheria:
"Lembra daquele dia?
Em que marés incontroláveis se pacificaram,
Em que duas metades se completaram..."

Ela tentava tanto esquecer,
Mas eu só queria viver,
E da única vez que não tive medo,
O sonho acabou cedo.

Talvez por não ter receio,
O sentimento final foi feio,
Uma complexa e indiferente mistura,
De amor, tristeza e amargura...

Fiquei preso ao penetrante olhar,
Do qual não queria mesmo escapar,
Aquele triste adeus precoce,
Mostrou que "eu" não estava em minha posse.

21/02/2014

O que quer de mim?

Nem imagina
O quanto me faz bem
Falar com você
Sem mais ninguém

Você não vê
O meu sorriso
Não lê
O meu olhar

Uma vez que me faz feliz
Fico assim a semana inteira
Será que acontece o mesmo?
Tentarei de minha maneira

Cheguei perto,
Mas não o suficiente
Te perdi
Na minha mente

E se você me perguntar,
É bem provável que negue.
Não quero acabar assim.
O que quer de mim?

20/02/2014

Simetria quase perfeita

Aquele que tem pouco ao lado do que tem tanto,
A alegria vistosa ao lado do pranto,
A pessoa feliz, a pessoa magoada,
A pessoa com amigos ou aquela abandonada.

A indecisão, a meta definida,
A tristeza da morte, a doçura da vida,
A escuridão da noite, a clareza do dia,
E mais uma vez: a vistosa alegria.

A liberdade, a escravidão,
Um corpo sem alma, um bom coração,
Uma dúvida aqui, uma dúvida lá,
O momento importante é no qual se está.

A simetria perfeita,
No mundo se faz,
Só o que não se endireita,
É a falta de paz.

18/02/2014

Manuela

Nada mais justo do que começar com um dos meus favoritos.. Pela primeira vez em um blog, MANUELA!

Aos pés de uma janela,
Lá estava ela
A menina-moça que sorria,
E todos os dias me desejava “bom dia!”

Um dia descobri seu nome,
“Manuela!”, dizia ela.
Manuela da pele clara,
Dos olhos azuis

Resolvi então falar com ela,
Comprei-lhe uma rosa,
A mais formosa
E fui para perto da janela.

Quando me viu,
Sorriu,
Joguei a flor,
Que ela guardou, com todo amor

Trinta anos já se passaram,
Desde o dia em que falei com Manuela,
Parece que foi a pouco,
Mas eu casei com ela.

17/02/2014

Hora certa e lugar certo

E meu vício,
Desde o início,
Foi seu cheiro atormentador,
Cheiro de doce amor.

Você sentiu a tensão dos meus pensamentos?
Me conheceu até o final?
E ainda se lembra daqueles momentos?
Os quais você chamou de ‘’coisa especial’’ ?

E a carta que meu escreveu com notas e algum ciúmes,
Sim, foi uma faca de dois gumes.
Pois agora fico vendo aquilo com certa nostalgia,
E naquilo tudo havia alguma magia.

Porque o tictac do relógio não me deixa dormir,
Vendo que chove lá fora,
É o tempo que mais me faz sorrir,
Mas esse tempo não é agora.

A vida tem mais coisas a me oferecer,
E pra que então continuar a me lembrar?
Só posso começar a escrever,
E estar na certa hora e no certo lugar.